O desembarque definitivo da Amazon na América Latina vem para mudar os rumos do comércio eletrônico da região. Fulfillment, Big Data e Machine Learning são algumas das ferramentas utilizadas para não perder competitividade no setor.

Na América Latina se espera um 2018 em que se verão importantes avanços no mundo do e-commerce, ainda mais no setor de marketplaces. A Amazon já vem trabalhando fortemente no México e há alguns meses começou também no Brasil.
Esta situação vem para romper o relativo status quo em que se encontram os marketplaces. Um dos gigantes e líderes do e-commerce da região, Mercado Livre, já começou a mover suas peças para não perder competitividade e seguir impulsionando o desenvolvimento do setor. Subsídios de envios grátis e melhoras nos catálogos do site para mostrar as características dos produtos de uma maneira mais completa, são algumas de suas ações.
Na América Latina as vendas no e-commerce representam apenas 3% do total de vendas, enquanto em países como Estados Unidos já chega a 10% e na China a 25%. O jogo está apenas começando.
O modelo de Fulfillment junto com o uso de tecnologias de Big Data e Machine Learning são algumas das estratégias utilizadas pelos especialistas do comércio eletrônico que decidem tomar a frente em questões de inovação.
Com o desenvolvimento do modelo de Fulfillment, o vendedor pode enviar seus produtos a um deposito gigante do Mercado Livre ou da Amazon e então, quando uma compra é realizada, eles podem se encarregar do envio, escolhendo o melhor meio de entrega, garantindo os melhores tempos de despacho e assegurando uma excelente experiência aos compradores, assim como a Amazon vem fazendo nos Estados Unidos há vários anos.
 No caso pontual do Mercado Livre, graças ao uso do Big Data, conhecendo a participação de mercado de cada setor, os produtos mais vendidos, rankings de vendedores, distribuições de preços, entre outros.
Isto é possível já que se coleta informações de tudo o que é publicado no Mercado Livre todos os dias e se transforma centenas de gigas de dados em informação de valor. Com esta informação, por exemplo, o vendedor pode descobrir que existem certos produtos que vendem bem e saber a que preço teria que vendê-los para ganhar estas vendas. Também pode descobrir oportunidades em certos nichos ou decidir com informação 100% certeira quais de seus produtos devem receber maior atenção.
Já o Machine Learnig consiste basicamente em que um sistema não se comporte sempre da mesma maneira, mas que aprenda continuamente a partir do comportamento de seus usuários e melhore seu serviço.
A partir de sua plataforma utiliza-se a Machine Learning para sugerir automaticamente ao vendedor uma resposta para uma pergunta de um potencial comprador. À medida que o vendedor vai respondendo mais perguntas com este “sugeridor de respostas” vai se otimizando e lhe oferece maior qualidade de respostas automáticas.
Estou seguro de que veremos cada vez mais implementações de Big Data e Machine Learning em plataformas de e-commerce, assim como em qualquer plataforma online.
 Sem aprofundar demais o tema, hoje Big Data e Machine Learning estão presentes no dia a dia de plataformas de entretenimento como Spotify, que recomenda listas e artistas baseado no que o usuário escutou anteriormente e no que escutam seus amigos.
Outro caso é o Netflix, que sugere que sugere quais séries e filmes podemos gostar, a partir de uma análise não somente do que foi assistido anteriormente, mas também com base em outros milhões de usuários que assistiram o mesmo que nós. Também em redes sociais como o Facebook e o Instagram que recomendam conteúdo que podemos gostar ou o Linkedin, que sugere pessoas que podem nos ser atrativas para agregar nossa rede de contatos.
Algumas soluções permitem que aquele vendedor que controla um inventário de menos de cem produtos, pode publicá-los um a um e manter o estoque e os preços atualizados manualmente. No entanto, para os grandes vendedores que têm mais de quinhentos produtos, vendê-los e trabalhá-los um a um ficaria bem mais difícil.
Permitem, por exemplo, subir ao Mercado Livre milhares de produtos de forma mais simplificada: com um arquivo de Excel. Por sua vez também serve para o vendedor atualizar qualquer atributo de seus produtos de forma massiva.
Frente a este panorama de melhora na experiência de compras online, os custos de envios subsidiados e o contínuo crescimento da penetração da internet nos diferentes países, será novamente um ano onde o e-commerce seguirá ganhando terreno do mercado tradicional offline.
Leia também:

Os 8 produtos mais vendidos nos marketplaces

Author

CEO e Co-fundador da Real Trends, uma ferramenta que brinda as informações certas e em tempo real para quem opera com e-commerce.

2 Comments

  1. Ótimo conteúdo, acrescentou muito, valeu!
    É como você disse: O jogo está apenas começando.

  2. Pingback: Uma breve visão sobre o comportamento do consumidor no e-commerce | YouON

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