Imagine o seguinte cenário: você quer abrir um e-commerce, mas não tem loja física (ou seja, nenhum relacionamento comercial com as operadoras de cartão). Depois de meses, consegue montar a loja virtual e agora só falta configurar o meio de pagamento. Você começa a ligar para as duas empresas que detêm as maiores fatias do mercado de cartões e solicita a solução de pagamento on-line. Cada operadora leva então dois meses só para responder se vai aceitá-lo ou não como cliente (isso depois de analisar documentos, como certidão negativa da empresa, CPF dos sócios, entre outros).
Digamos que você teve muita sorte e foi aceito. Passado todo esse tempo (com sua loja parada), ambas operadoras oferecem a você uma solução de pagamento on-line precária, cuja tecnologia faz com que 10 a 20% dos pedidos não completem o pagamento (erro de comunicação entre sistemas). Ok, mas pelo menos você pode antecipar seus recebíveis, certo? Errado para a maioria, pois estas instituições exigem pelo menos 1 ano de empresa aberta e, se aceitarem fazer antecipação de pagamento, vão te cobrar juros altíssimos com receio de que você não tenha ainda um negócio “saudável”.
Se você achou essa situação exagerada, saiba que era exatamente esta a saga do empreendedor de uma pequena ou média empresa, em 2.007, que desejasse abrir uma loja virtual.
Eis que, no Brasil, estrearam as empresas chamadas de facilitadores de pagamento (também chamados intermediadores de pagamento), como BCash, PagSeguro, PayPal, Moip, Mercado Pago, entre outras. Foi como se de repente quebrasse uma enorme represa que estava segurando milhares de pequenos lojistas.
No processo de pagamento da loja virtual, estas empresas, as chamadas empresas adquirentes (Cielo, Rede, GetNet, etc.), ficam entre o consumidor e os bancos emissores de cartões.
Como funciona os facilitadores de pagamento

Vamos entender quais os principais motivos pelos quais essa  solução foi ideal para o público de pequenas e médias empresas:

Integração simplificada

Basta se cadastrar e, em alguns minutos, o sistema pode ser utilizado em praticamente qualquer plataforma de e-commerce.

Proteção contra pedidos fraudulentos

A maioria dos facilitadores oferece um serviço que verifica a idoneidade do pedido, evitando fraudes para o lojista. Só este motivo justifica a contratação, pois muitas lojas virtuais “morreram”, precocemente, vítimas de golpes digitais.
Caso ocorra fraude (mesmo com a análise), o facilitador reembolsa o lojista.

-Antecipação do fluxo de caixa

Esta vantagem é de grande utilidade para o pequeno e médio, pois ele consegue antecipar pagamentos a taxas menores ou iguais a empréstimos em banco. Com a diferença de que apenas algumas empresas conseguem passar pela aprovação das instituições financeiras.

Um contrato vários cartões

O lojista assina o contrato com o facilitador e, automaticamente, é disponibilizado em sua loja mais de 20 cartões de créditos diferentes, facilitando a vida do consumidor e aumentando as vendas da loja.

– Credibilidade para a loja pequena

Muitos consumidores ficam ressabiados de comprar em lojas que não conhecem a marca. Esse receio diminui bastante quando ele vê uma marca conhecida, como Buscapé, UOL, Mercado Livre, por trás do meio de pagamento. Além de serem empresas que ele conhece, tem a segurança que, se não receber o produto, pode entrar em “disputa” com o lojista, em até 14 dias da data da compra, e receber o dinheiro de volta, se o lojista não provar que a mercadoria foi enviada (usando o documento chamado aviso de recebimento dos Correios).

Conclusão

Vai começar um e-commerce com um baixo investimento? Faça as contas com cada proposta de comissionamento sobre vendas dos vários facilitadores de mercado (todos eles cobram uma taxa sobre cada venda feita na loja), leve em consideração os fatores citados acima, negocie com cada um e tome a melhor decisão para adotar o mais adequado à sua loja.

Author

Formado pela Escola de Eng.ª Máua, pós-graduado em Marketing pela ESPM e com especialização em marketing para internet pela University of California, Irvine. Está no segmento de comércio eletrônico desde 1999, já atuou como executivo de grandes portais como UOL e Terra, sócio de agencia digital, sócio de startup de treinamento de e-commerce do Grupo Buscapé Company e de agencia de marketing digital. Atualmente é palestrante do SEBRAE, mentor, professor, sócio-fundador do Blog Profissional de E-commerce, e criador do livro Checklist Definitivo da Alta Conversão.

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