Bem-me-quer! Malmequer! O triângulo comercial – com prós e contras – entre lojistas e-commerces, operadoras de marketplace e consumidores

Não importa o quanto vai bem o relacionamento de um lojista e-commerce com seus consumidores. Aliás, quanto mais alinhado estiver esse relacionamento, mais breve chegará o momento de pensar em marketplace.

O modelo de negócio já firmou espaço e adaptou-se ao mercado nacional, podendo ser encontrado em versões amplas, de múltiplos produtos, ou segmentados, por nichos.

Em tradução literal o termo significa lugar de vendas, mas o significado online – e-marketplace – já agrega a definição de plataforma, canal ou shopping online (operador de marketplace) onde vendedores (lojistas e-commerces) oferecem produtos e serviços a compradores potenciais (consumidores).

O tema é vasto, por isso o gerente de marketplace da Magamobi, Diego Lindner, vai ajudar a compreender pelo ponto de vista do lojista e-commerce, quem é quem nesse triângulo e por que o formato ganha a cada dia, mais e mais adeptos.

“As operadoras de marketplaces são grandes e ótimas vitrines. Não há como negar a força alavancadora de vendas e o quanto o lojista e-commerce tem a ganhar em visibilidade, escalabilidade e desenvolvimento da marca investindo nesta alternativa que atualmente significa muito em questão de números e soluções.”

De um lado o lojista e-commerce: os prós!

O foco do lojista e-commerce é conversão, portanto novas alternativas de vendas são sempre bem-vindas. Com um modelo de negócios onde uma plataforma centraliza o processo de busca, compra e pagamento de vários e-commerces, o e-markekplace – que oferece uma gama maior de serviços e benefícios com um investimento relativamente menor – é uma excelente oportunidade.

“Vale destacar pontos básicos, com o e-marketplace ganha-se grande visibilidade com ações de marketing nacionais viabilizadas pelas operadoras, o fluxo de visitantes é contínuo e composto de públicos diversos. Há soluções antifraudes, variedades de operadoras de cartões, relevância nas buscas SEO e os repasses são feitos à vista, mesmo nas vendas parceladas.

E alguns pontos são de extrema importância, como as possibilidades de ampliação de portfólio e testes de produtos com baixo custo e risco reduzido, as oportunidades para trabalhar estoque de modo estratégico, o conhecimento tanto do perfil dos consumidores como dos concorrentes e a obtenção de dados de buscas e de navegação.

E tudo isso acontece sob o respaldo do guarda-chuva de um nome já conhecido e consolidado no mercado.”

Do outro lado, o operador marketplace: os contras para o lojista e-commerce!

Entre os principais receios do lojista e-commerce está o comprometimento da margem de lucro. E esse com certeza é o ponto mais sensível do relacionamento entre as bases desse triângulo: “o comissionamento cobrado é alto, a taxa pode chegar a 20% sobre o valor do produto.”

Outro ponto crítico é a forma como são feitos os repasses do marketplace para o lojista e-commerce:

“Os valores são repassados à vista, mas em ciclos, às vezes quinzenais, às vezes, mensais. E dinheiro parado, dinheiro que não está girando no marketplace, é dinheiro que não está rendendo para o e-commerce.”

E sabe aquele ditado popular: quem não presta assistência, abre espaço pra concorrência? Pois é, ele também serve nesse triangulo. “Se por um lado é positivo estar onde a concorrência está, por outro, é lá também que a concorrência é muito maior. E é lá que o lojista e-commerce se depara com o sistema de ranqueamento de preços.

Explicando melhor, nas operações marketplaces há inúmeras ofertas do mesmo produto, ganha o destaque – o lugar mais alto do sistema de ranqueamento de preços – e consequentemente a venda, o lojista e-commerce que tiver o menor preço no item.”

Para ganhar em posicionamento no ranking e em volume de vendas – sem perder margem de lucro – é preciso assistência full-time, monitoramento e atenção. “Quem dorme menos, vende mais!”

Também não adianta criar ilusões, o cliente é do marketplace e é este quem detém o papel principal, a atuação do lojista e-commerce é de coadjuvante. Assim, antes de optar pelo modelo e por um parceiro, muita atenção no posicionamento e nas políticas da operadora.

Outra coisa, a gestão e a logística para a operação marketplace não podem conflitar com as da loja e-commerce:

“é fundamental ter processos muito alinhados. O lojista e-commerce precisa ter em mente que a atenção dispensada à operação marketplace é proporcional à dispensada para uma loja e-commerce.

E que é primordial fazer a gestão da operação, e que isso demanda energia e tempo, demanda equipe para atuar em portfólio e feed, indexação de itens, organização de produtos, monitoramento de prazos, atendimentos e protocolos. Acuracidade de estoque e expedição são obrigações básicas e um serviço de monitoramento de postagens é indicado para aferir o cumprimento dos prazos de entrega.”

E lá na ponta do triangulo, o consumidor: uma relação de ganha-ganha!

Enquanto lojistas e-commerces e operadoras de marketplaces ficam nesse bem-me-quer, malmequer, o consumidor fica com o melhor de cada uma das pontas, diversidade de produtos, modelos e fornecedores, todos em um mesmo endereço eletrônico e – claro – preço:

“o consumidor pesquisa, compara, compra e paga com uma única transação, em um único ambiente virtual, como se todo o marketplace fosse uma única loja, é fácil, prático e seguro. As entregas são individuais, mas isso não chega a ser um problema para o consumidor”.

Obter os melhores preços em compras asseguradas por um portal de renome e confiança no mercado nacional é bom né? “O consumidor fica no ganha-ganha! A concorrência entre si garante os preços e o marketplace exige o padrão de qualidade, tanto dos produtos quanto dos serviços oferecidos”.

Metendo a Colher, a opinião de Diego Lindner

Para o gerente de marketplace, o modelo de negócio está em alta e deve se manter estável por um bom período ainda, mas peca principalmente quanto à estrutura e suporte ao lojista e-commerce: “É preciso estar atento às equipes de atendimento dos marketplaces, que muitas vezes não têm crescido na mesma proporção das vendas e do modelo de negócio, impondo déficits tanto para o lojista e-commerce como para o cliente.

Sendo assim, sugiro uma equipe exclusiva destinando energia para cuidar da operação, tanto para alinhar os processos com o marketplace como para tratar com o cliente e atender rigorosamente os prazos estabelecidos, eliminando assim os risco de quaisquer problemas e prejuízos à marca”.

Uma última observação ao lojista e-commerce, e de quebra uma dica de quem gerencia as operações marketplaces de uma holding com 5 lojas especialistas em smartphones:

“Estar em um marketplace é viabilizar a oferta da marca em portais com fluxo de visitas de alguns milhões de possíveis novos clientes, então vale a pena apostar, mas isso deve ser feito de maneira segura, com plano de negócios e políticas de preços alinhadas, responsabilidades pré-estabelecidas para cada uma das partes. Quer ser diferencial?

Trabalhe com metas específicas para os canais individuais e os marketplaces distintos. Faça acompanhamentos diários e monitore resultados, informações são base para traçar as melhores estratégias.

Hoje vejo como inevitável operar com marketplaces. Eles são um caminho relativamente mais curto para levar os produtos aos olhos dos clientes, fixar a marca na preferência do consumidor e aumentar de modo considerável o volume de vendas.

Os marketplaces são um caminho mais curto, mas não são o único, não devem ser! Minha dica para o lojista e-commerce é: aproveite a onda do marketplace, mas acima de tudo, aumente a confiabilidade da marca e impulsione o crescimento da loja e-commerce, do site da marca. Diego Lindner.

Author

Jornalista graduada em Comunicação Social pela Faculdade de Artes e Comunicação da Universidade de Passo Fundo, FAC/UPF, e pós-graduada em Gestão da Comunicação Pública e Empresarial pela Unidavi, atua nas diferentes áreas do Jornalismo e da Assessoria de Comunicação e Imprensa através das mais diversas plataformas de suporte. Possui interesses nos âmbitos da Cibercultura, do Jornalismo Online, das Mídias e Redes Sociais, da Literatura, do Cinema e da Fotografia, acompanhando o surgimento e o desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação, atentando para o modo como a utilização e a difusão destas inovações influencia e converge o processo de transmissão das informações e pauta a produção dos conteúdos e dos discursos.

25 Comments

  1. Talita Veiga Santos Reply

    Excelente artigo. Um olhar atencioso e completamente diferente do que costumo ver publicado por aí sobre Market Place, vou usá-lo inclusive para sensibilizar o meu gestor sobre a importância de uma equipe exclusiva!

    • Marilei Pessatti Reply

      Obrigada Talita! Boa sorte com a sensibilização do seu gestor e diga a ele que uma equipe exclusiva para gerir o marketplace faz todo a diferença. Estamos aqui caso seja possível ajudá-la!
      Att.
      Marilei Pessatti
      Jornalista

  2. Marta S. Santos Reply

    Parece uma boa opção, mas fiquei com uma dúvida. Tenho que ter uma ecommerce constituída para vender no marketplace ou posso começar a vender online no marketplace?
    Agradeço se puderem esclarecer…

    • Marilei Pessatti Reply

      Marta
      Não! Você não precisa ter um e-commerce, pode optar por vender apenas pelo marketplace. Mas porque não aproveitar o melhor que ambos os formatos tem a oferecer? Caso queria mais informações, sobre como vender no marketplace ou como ter sua loja virtual numa plataforma gratuita e sem mensalidades, entre em contato conosco por e-mail.
      Obrigada pela leitura.
      Att.
      Marilei Pessatti
      Jornalista

  3. Claudio Schera Reply

    Ficou bem claro o funcionamento deste tão importante triângulo, no qual chamo de GANHA, GANHA e GANHA, ou seja, os três stakeholders tendem a ganhar com este tipo de operação. Parabéns pelo ótimo artigo!

    • Marilei Pessatti Reply

      Como disse o gerente de Marketplace Diego Lindner, o modelo de negócio está em alta e deve se manter estável por um bom período ainda, uma ótima oportunidade para todos lucrarem. Obrigada por sua leitura e opinião Cláudio.

  4. Emil Carlos Cortes Reply

    Acredito que o modelo de negócio deve sim manter-se estável e mais que isso deve torna-se cada vez mais uma alternativa para o e-commerce. Acho que as operadoras tem mesmo melhores condições de arcar com os riscos da atividade, visto que são ‘grandes’…

  5. Marilei Pessatti Reply

    Riscos da atividade são realmente um “calo” para o e-commerce. Ainda precisamos avançar muito nessas questões. Obrigada por sua leitura e opinião Emil.

  6. Andreza Alcantara Reply

    Marilei, gostaria de indicações de marketplaces além Magamobi.
    Obrigada!

    • Marilei Pessatti Reply

      Olá Andreza!
      Não sei se entendi sua pergunta, mas vamos lá… A Magamobi não é um marketplace, é uma holding e-commerce que atua no ramo de telefonia, com um portfólio de smartphones e celulares, através de suas 5 lojas – Cissa Magazine, Marcelo Smart, GuriVéio, Lidimania e Sam Store – e também atua nos canais de marketplaces CNova, B2W, Walmart e Mercado Livre, principais grupos do ramo no Brasil.
      Espero ter ajudado.
      Att.
      Marilei Pessatti
      Jornalista

  7. Juliano Costa Reply

    Trabalho com marketplace e nunca havia observado alguns dos pontos citados pelo material! Obrigada pelas dicas!

    • Marilei Pessatti Reply

      Que bom que o conteúdo foi útil, ampliando seus horizontes Juliano!
      Obrigada pela leitura!
      Att.
      Marilei Pessatti
      Jornalista

  8. Sou consumidor, não lojista e-commerce, tenho uma dúvida que é a de muitos e difícil de achar resposta na internet. No caso dos grandes varejistas online, exemplo, americanas, submarino, entre outras… Estarem vendendo produtos em marketplace de lojas menores e não tão confiáveis, de quem é a responsabilidade no caso do consumidor sair lesado? Na cabeça dele, ele entrou na Americanas, não na lojinha-do-fulaninho pra comprar…

    • Boa tarde Renatinho. A resposta é mais simples do que parece. Qualquer fornecedor (empresa ou pessoa física) que ganhe algum valor com a venda feita, se torna responsável, ou seja, se entrou nas americanas e comprou por lá, mesmo que a venda real seja feita pela “lojinha-do-fulaninho ” rsrs… ele poderá acionar as Americanas e a Lojinha do fulaninho também(em conjunto ou individualmente). Isso é explícito no art. 18 do Código de defesa do consumidor… “Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente…”
      Portanto pode comprar tranquilo. O nosso CDC (Código de Defesa do Consumidor) é muito protecionista e tende sempre para que os consumidores tenham o mais amplo amparo e proteção nas relações de consumo.
      Espero ter ajudado. Forte abraço

  9. Bom gostei muito do assunto queria saber como montar uma loja virtual em uma plataforma gratuita, pode me passar seu email?

  10. gostaria de saber como faz para baixar uma loja virtual gratuita de boa qualidade

  11. Excelente artigo! Tirou todas as minhas dúvidas acerca deste setor de mercado. =)

  12. claudia prusse Reply

    Bom dia,
    Como deve funcionar a questão de Notas Fiscais e a tributação. O vendedor emite a Nota Fiscal de Venda para o consumidor final que comprou no site? É Necessário emitir alguma NF para o mktplace?

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