Muito se ouve falar sobre transporte rodoviário de cargas ou simplesmente frete, mas… Na prática, como funciona o frete no Brasil?
Os primeiros conceitos a se entender são de carga lotação/dedicada e carga fracionada. A carga fechada/dedicada é aquela que lota um caminhão e a fracionada são frações de cargas que não preenchem todo o veículo para um único cliente. As etapas do transporte de mercadorias variam de acordo com essas duas formas.
Neste material vamos abordar o transporte rodoviário de cargas fracionadas, vejas as principais etapas:

1. Coleta dos materiais

Geralmente veículos de menor porte realizam a coleta das mercadorias nos embarcadores em curtas distâncias, na maioria das vezes nos centros de distribuição.

2. Emissão de documentos fiscais

Por lei, alguns documentos fiscais devem ser emitidos e acompanhar as mercadorias durante seu transporte, os mais comuns são: NF-e – Nota Fiscal Eletrônica e CT-e – Conhecimento de Transporte Eletrônico. ]
Em determinados casos também deve-se utilizar o MDF-e – Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais, entre outros.

3. Consolidação

Os materiais coletados nos diferentes embarcadores são levados até um local, onde são consolidados e carregados para uma viagem de distância mais longa. Algumas vezes é necessário unitizar a carga em pallets e racks para facilitar a amarração, otimizar a ocupação e evitar avarias no transporte.

4. Transporte

Obviamente é o deslocamento da origem até o destino, passando pelos intermediários. Em outras palavras, toda movimentação desde o embarcador até o destinatário final. Pode acontecer em diferentes modelos.

5. Desconsolidação

Grande volume de cargas fracionadas chegam ao local (centro de consolidação, por exemplo) por vários caminhões, porém com destinos finais diferentes. Nesta etapa ocorre o descarregamento e a roteirização da carga.
Na grande maioria das vezes, principalmente no transporte fracionado, os veículos pesados são descarregados e as mercadorias após serem roteirizadas, são carregadas em veículos menores.

6. Entrega last mile

Transporte de última milha (last mile), também conhecida como última perna (last leg). Realizado por caminhões menores ou pelos chamados veículos urbanos de carga. Estes coletam as mercadorias nos centros de distribuição/consolidação para entrega final porta a porta.
Cada mercado demanda operações logísticas específicas para seu segmento, portanto o tipo de fluxo pode variar.
Para que tudo funcione, não são poucos players trabalhando em conjunto! Os principais envolvidos numa operação de transporte são:

Oficinas e revendedoras
Realizam a manutenção da frota, pois diferente dos carros comuns, os veículos de carga estão praticamente a todo momento rodando pelas estradas. Com maior uso, o desgaste e exposição a riscos requerem manutenção com frequência, tanto na forma preventiva quanto na corretiva.

Bancos e financeiras
A grande maioria dos veículos de cargas são financiados. As transportadoras trabalham com frotas de veículo próprios e de agregados. Nos dois casos é muito comum que existam financiamentos. Os bancos são os agentes econômicos das linhas de crédito públicas e privadas…

BNDES
A linha de crédito mais comum para o financiamento de máquinas e equipamentos, neste caso de veículos de carga, é o FINAME, com fonte de recursos do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

Implementos rodoviários
Necessários em praticamente todos os caminhões. Fornecem e realizam manutenção de reboques, semi reboques, furgões, lonas, etc.

Recauchutadoras
As longas distâncias percorridas com bastante peso de carga desgasta os pneus mais rapidamente, sendo necessários recauchutamentos com frequência antes da troca definitiva.

ANTT
Agência Nacional de Transportes Terrestres é responsável pela regulamentação e fiscalização do transporte rodoviário no Brasil.

SEFAZ
Secretaria da Fazenda realiza fiscalização do recolhimento de tributos no transporte rodoviário.

Seguradoras
Tanto os veículos, implemento rodoviário e a carga transportada são seguradas. O valor das mercadorias podem variar entre viagens, por isso devem ser averbadas junto a seguradora.

Rastreadoras
Fornecem dispositivos que são instalados nos veículos e disponibilizam dados de geoposicionamento para monitoramento em tempo real.

Software
Comercializam sistemas integrados para emissão de CT-e – Conhecimento de Transporte Eletrônico, NFS-e – Nota Fiscal de Serviços Eletrônica e outras funcionalidades para gestão administrativa das transportadoras.

Gerenciadoras de Risco
Monitoramento e avaliação de riscos durante o transporte. Acompanham a operação mitigando riscos e observando qualquer anormalidade.

Postos de Combustível
Fornecem um dos maiores custos do transporte rodoviário, o combustível. Também disponibilizam infraestrutura para alimentação, higiene, estacionamento e algumas vezes acomodações.

Pedágio
Cobrado pelas concessionárias, os valores são pagos por cada eixo.

Cartões e vales
Meio de pagamento disponibilizado pelas transportadoras aos motoristas durante o trabalho, a utilização mais comum é para combustível e pedágio.

Sindicatos
Relação com entidade sindical da categoria, tanto do empregado quanto patronal para assuntos relacionados às pessoas e atividades do setor.

Centros de Distribuição/Consolidação
Local onde ocorre o descarregamento da carga e roteirização para entrega last mile, operações conhecidas como crossdocking. Muito aplicado no transporte fracionado.

Disponibilizamos um Guia de Fornecedores de serviços e produtos logísticos para consulta.
Apesar de parecer simples transportar, podemos observar a quantidade de empresas e pessoas envolvidas.
Alguns dos principais problemas do transporte:

Atraso no carregamento
Problemas nos embarcadores podem gerar atrasos no carregamento dos veículos, atrasar a viagem e, consequentemente a chegada no destino final.

Acidentes nas rodovias
Infelizmente fazem parte da rotina do transporte rodoviário e, independente das causas, atrasam o prazo de entrega.

Roubo de cargas
A falta de segurança nas rodovias brasileiras é uma das grandes dificuldades dos transportadores. Furtos e roubos acontecem em níveis elevados nos país.

Emissão errada de documentos fiscais
Dados incorretos inseridos nas notas fiscais, conhecimentos de transporte ou outros documentos fiscais podem gerar atrasos e até retenção de cargas nos postos de fiscalização.

Manutenção de veículos e implementos
Pneus estourados, problemas no motor, carroceria ou em outras peças. Quanto mais velhos os veículos e implementos, maior a ocorrência de problemas.

Informações incorretas
Embalagens sem identificação ou com dados incompletos, endereços de entrega incorretos, entre outros.

Este material apresenta uma visão macro da operação de transporte rodoviário, considerando a execução da atividade de forma legal e completa.
Texto publicado no Blog da ASAPlog.

Author

CEO & Founder da ASAP Log | Soluções em Logística, graduado em Administração de Empresas pela FAE Business School com experiência profissional em empresas multinacionais de grande porte no Brasil e EUA.

1 Comment

  1. jacqueline Reply

    Ola,

    Gostaria de orientações na area comercial de transporte, venda deste tipo de serviço.

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