Com o cenário político-econômico incerto, o consumidor brasileiro assumiu um perfil mais conservador e passou a ponderar com atenção redobrada o que deve ser levado para casa. O reflexo da crise está no recuo histórico de 4,3% das vendas do varejo restrito no país – que exclui veículos, materiais de construção e combustíveis – no ano de 2015, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que acompanha os índices desde 2001.
Na contramão da crise, entretanto, as vendas online registraram um faturamento de R$ 41,3 bilhões, no ano passado, o que representa um crescimento nominal de 15,3%, se comparado a 2014, de acordo com a E-bit/Buscapé. Veja os números completos do mercado de e-commerce em 2015:

E-commerce mantém crescimento em 2015


Dentre os fatores que contribuíram para o resultado positivo, está a compreensão dos brasileiros com relação aos benefícios do consumo online, que permite uma rápida e eficiente comparação de preços e, consequentemente, uma compra com melhor custo-benefício.
Desta forma, o terreno fértil para o comércio online no Brasil tornou-se um grande atrativo também para startups europeias de tecnologia. O grupo alemão Rocket Internet, que funciona como uma incubadora de empresas emergentes, já trouxe para o país nomes conhecidos, como Dafiti (2011), Cuponation (2012) e permaneceu investindo, com a abertura da Vaniday em 2015, entre outros.
A gigante Axel Springer, uma das maiores editoras digitais na Europa, foi outra que apostou no país com o investimento nas versões brasileiras de Zanox (2011), Guiato (2012) e UmSóLugar (2014).
Como consequência da maré de oportunidades trazida pelo aumento das vendas do varejo online houve a popularização dos marketplaces e plataformas de e-commerce. O surgimento de centenas de novas empresas no setor, por sua vez, gerou maior competição entre os concorrentes, exigindo mais profissionalismo e excelência operacional para oferecer uma boa experiência aos usuários, tanto no momento da compra quanto no pós-venda.

Mobile Commerce

No Brasil, a chegada dos smartphones mudou o comportamento dos consumidores, que passaram a usar o dispositivo móvel como um dos principais caminhos para acessar o produto ou serviço desejado. Ainda de acordo com a E-bit, em 2015, o acesso via dispositivos móveis em lojas virtuais no país foi de 35%.
Isso significa que, em mais de 1/3 do tempo em que os consumidores navegam em lojas virtuais, eles já estão utilizando smartphones ou tablets. Ademais, o ano foi marcado por mudanças no algoritmo da Google, que passou a privilegiar os sites mobile friendly, justamente em decorrência do aumento do acesso por meio de smartphones.
http://www.profissionaldeecommerce.com.br/sites-e-e-commerces-que-nao-possuem-versao-mobile-perderao-performance/

Sobre o futuro

Crise também pode significar oportunidade, principalmente no que diz respeito a varejo online. Para garantir sucesso durante a fase turbulenta que a economia nacional atravessa, é importante que as empresas invistam mais em tecnologias que atendam a demanda atual e valorize ainda mais a importância de um bom relacionamento com seus clientes em todas as fases de um processo de compra.
Eficácia e excelência nesse relacionamento podem garantir não somente estabilidade nas finanças da companhia, mas também a fidelização de seu público.
Veja também:

Como o profissional de e-commerce de sucesso enfrenta a crise?

Author

Arthur Kux é mestre em Estratégia e Empreendedorismo pela Rotterdam School of Management e gerente de Marketing Online da vitrine virtual UmSóLugar.

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