O comércio eletrônico no Brasil continua caminhando a passos largos. Para se ter uma ideia, a Ebit prevê que em 2013 o setor deverá apresentar um crescimento nominal de 25% em relação ao ano anterior, alcançando um faturamento de R$ 28 bilhões. Além disso, o número de internautas deve chegar a 85 milhões. Nesse cenário, o mobile commerce desponta como a grande tendência para este ano. A popularização de tablets e smartphones, somada ao avanço da Internet banda larga no país, propiciam todas as condições para que a modalidade se desenvolva, também, a passos largos.
A era do consumidor multicanalO Brasil já integra os Top 10 dos países com maior quantidade de aparelhos iOS e Android, segundo ranking da Flurry Analytics. Ademais, de acordo com a 26ª edição do relatório WebShoppers, em junho de 2012, o m-commerce representava 1,3% do total de volume de pedidos feitos online. Até o final deste ano, veremos esse número dobrar.
A comodidade e a facilidade do e-commerce ganham novos contornos no ambiente móvel. Aplicativos como o Buscapé Mobile ou o MeuCarrinho, que leem códigos de barra ou reconhecem mercadorias através de imagens, permitem que, através do smartphone, o consumidor pesquise produtos, veja opiniões de outras pessoas, compare preços e compre de qualquer lugar, até mesmo se estiver dentro de uma loja física. O que aumenta o poder de decisão, já que ele tem em mãos todas as informações para poder negociar as melhores ofertas.
E com isso, o varejo se vê diante de um novo desafio: o omnichannel, ou consumidor multicanal, sempre presente e conectado o tempo inteiro. E novas estruturas vão sendo criadas para atrair esse cliente. Nos Estados Unidos, por exemplo, algumas empresas adotaram o sistema de Click and Collect ou Pick Up on Store, que consiste em comprar online e retirar o item em algum lugar de fácil acesso, como postos de gasolina ou o próprio espaço físico do varejista.
Nesse contexto, as lojas tradicionais se tornam um meio para que o consumidor interaja com o produto antes da compra, contando com todo o suporte do vendedor. No entanto, muitas vezes a compra é finalizada online. A decisão fica por conta da conveniência. Especialistas têm chamado esse fenômeno de “showrooming”, porque as lojas físicas acabam funcionando como verdadeiros showrooms.

Lojas físicas funcionam de showrooming
“Os vendedores utilizam smartphones para ler o cartão de crédito dos clientes, que, após finalizarem a compra, recebem a nota fiscal por email.”

Outro ponto importante é que, nessa nova conjuntura, os celulares começam a assumir a função de meios de pagamento. Esse ano, o mobile payment deve decolar nos Estados Unidos. As lojas da Apple no país são um exemplo do que vem pela frente. Nelas, os vendedores utilizam smartphones para ler o cartão de crédito dos clientes, que, após finalizarem a compra, recebem a nota fiscal por e-mail. Pagamento rápido, fácil e seguro.
Todos esses fatores justificam os investimentos constantes em tecnologia, por parte dos varejistas. Frente à competição acirrada, é preciso acompanhar as mudanças que acontecem cada vez mais depressa. A forma de consumir mudou.
TEXTO PUBLICADO NO SITE E-COMMERCE BRASIL.

Author

Pedro Guasti é CEO da Ebit e ocupa o cargo de Presidente do Conselho de Interação e e-commerce da Fecomercio SP. Co-fundador da Ebit em 2000, foi responsável pela estruturação das áreas de Marketing Comportamental, Inteligência de Mercado e Universidade Buscapé Company. Colabora ativamente na divulgação e fortalecimento do e-commerce no Brasil, sendo um dos idealizadores do relatório Webshoppers. Graduado em Tecnologia da Computação pelo Mackenzie-SP, pós-graduado em Varejo no Provar/FIA e MBA na Universidade de São Paulo em Conhecimento, Tecnologia e Inovação. Membro do grupo de investidores Harvard Business Angel, Palestrante, Consultor e Professor de e-commerce e tendências no varejo Omnichannel.

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