A forma como as pessoas compram online vem se sofisticando nos últimos anos. A popularização dos tablets, dos smartphones e da banda larga móvel, fez surgir o mobile commerce, ou m-commerce, que, a cada dia, conquista mais consumidores pela facilidade, agilidade e conveniência. Para se ter ideia, de acordo com a 28ª edição do relatório WebShoppers, da E-bit, em junho de 2012, o share em volume transacional da modalidade era 1,3%, passando para 2,5%, em janeiro de 2013, e chegando a 3,6%, no mês de junho. Isso, dentro de um mercado que, só no primeiro semestre de 2013, movimentou R$ 12,74 bilhões e, ao final do ano, deve alcançar um faturamento de R$ 28 bilhões.
Atualmente, temos 50 milhões de smartphones no Brasil viabilizando a navegação pela web. E é importante considerar, nesse número, um fator de inclusão: pessoas que antes dependiam de lan houses ou de computadores de terceiros para acessar a rede, conseguem agora se conectar através dos celulares. No geral, são consumidores e possíveis consumidores acessando informação, de qualquer lugar, inclusive dentro de lojas físicas. O que implica em mudanças na relação lojista/cliente.
Com um dispositivo móvel em mãos, o comprador consegue comparar valores e vantagens, mesmo que já esteja prestes a fechar um negócio no varejo tradicional. Consegue consultar opiniões de outras pessoas e tem a chance de garantir a melhor oferta. Muitas vezes, o consumidor vai até a loja para conhecer o produto, mas fecha a compra via internet, por causa da conveniência. Nos Estados Unidos, pioneiros do e-commerce, esse fenômeno ganhou o nome de “showrooming”, porque as lojas acabam funcionando como showrooms. Esse novo hábito do consumidor vem trazendo complicações para redes varejistas tradicionais, que perdem mercado principalmente para a Amazon.
No Brasil, essa experiência, abordada com humor na última campanha do Buscapé para televisão, já é possível através do aplicativo da empresa, o Buscapé Mobile, que permite pesquisar preços e finalizar a compra na tela do celular, com poucos cliques. Lançado em outubro de 2012, a ferramenta já foi instalada em mais de 6 milhões de aparelhos, conta com mais de 8,5 mil lojas e mais de 7,5 milhões de ofertas publicadas. Por mês, são mais de R$ 10 milhões de vendas, com tíquete médio elevado: R$ 450. Mas o mais surpreendente é que 70% dos pedidos são feitos por pessoas que estão dentro de uma loja física.

O futuro do comércio eletrônico é mobile

Todos esses dados apontam para um futuro de mobilidade. Ao final de 2013, as compras via mobile deverão representar 12% do total de transações do comércio eletrônico americano. Por aqui, a previsão é de que, até o final de 2015, 10% das vendas sejam fechadas através de dispositivos móveis. Vale destacar que o varejo digital cresce em média 25% ao ano, sendo que, para 2014, esperamos um faturamento em torno de R$ 33,5 bilhões.
Por enquanto, a quantidade de lojas brasileiras preparadas para a mobilidade é pequena. Muitos sites sequer possuem navegação amigável para a tela de smartphone. E esse é um dos maiores desafios para o ano que se aproxima. É preciso estar no ambiente mobile. Quem não estiver, vai ficar para trás.
Publicação do Mobifeed.

Author

Pedro Guasti é CEO da Ebit e ocupa o cargo de Presidente do Conselho de Interação e e-commerce da Fecomercio SP. Co-fundador da Ebit em 2000, foi responsável pela estruturação das áreas de Marketing Comportamental, Inteligência de Mercado e Universidade Buscapé Company. Colabora ativamente na divulgação e fortalecimento do e-commerce no Brasil, sendo um dos idealizadores do relatório Webshoppers. Graduado em Tecnologia da Computação pelo Mackenzie-SP, pós-graduado em Varejo no Provar/FIA e MBA na Universidade de São Paulo em Conhecimento, Tecnologia e Inovação. Membro do grupo de investidores Harvard Business Angel, Palestrante, Consultor e Professor de e-commerce e tendências no varejo Omnichannel.

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