“Vou abrir um e-commerce, é um jeito barato e simples de ganhar uma graninha extra.
Vários erros na frase, não é fácil, não é necessariamente tão barato e muito menos deveria ser levada como uma simples tarefa secundária pela grande complexidade e variedade de tarefas fundamentais. Entenda sobre o tamanho de uma operação de e-commerce:

Operação de e-commerce: não durma nunca mais

Fato é que estamos falando de um dos únicos segmentos do país que, na Economia atual, mesmo desacelerando, mantém crescimento. Isso acontece por inúmeros motivos.

Entre eles está a própria crise econômica, que acabou lançando ao mercado milhares de profissionais desempregados, o e-commerce acaba como uma saída para obter renda.

Além disso, esta mesma crise demanda que as pessoas economizem, e a tecnologia da internet provê exatamente isso: tira fronteiras e possibilita comparação de preços.

Não é exatamente um mercado novo, contamos na área já com muitos profissionais: marketing digital, logística, tecnologia, administração de empresas e atendimento são apenas algumas das variadas funções necessárias em uma operação de e-commerce.

Desde 2012, o Profissional de E-commerce (na época apenas como blog da Universidade Buscapé Company) em parceria com a Ebit, iniciou um estudo que visava entender melhor quem é este profissional de e-commerce. São mais homens? Trabalham todos na mesma região? Que habilidades de fato são importantes para ele?

Esta primeira edição em 2012 já detectou uma grande tendência. O mercado tem oferta de emprego, mas os profissionais não necessariamente atendem a todo nível de conhecimento esperado. Foi exatamente este o destaque na Veja online ao divulgar estes resultados lá em outubro de 2012: E-commerce brasileiro procura profissionais. E não acha.

Esta constatação que se provou nas edições seguintes de 2013 a 2016, gera uma discussão importante. Falta mesmo qualificação dos profissionais ou existe um problema nas empresas de e-commerce? No meu ponto de vista, as duas hipóteses são válidas:

1- Falta capacitação

Estamos em um país não-desenvolvido, em que a Educação, a básica/fundamental mesmo, é um dos nossos maiores problemas sociais. É algo impregnado em nossa cultura há tantos anos que reflete hoje nos líderes que governam o país (sem falar em partido político). É algo que se mistura até mesmo com a história do Brasil – ou afinal não fomos “colonizados” por portugueses excluídos da sociedade?

Para um segmento iniciado neste milênio então, é natural que existam habilidades necessárias que não são abundantes nos profissionais. Pensemos que durante a formação profissional da maioria das pessoas desta geração, a venda online ainda era vista com muita desconfiança por todos, no mínimo, era uma novidade.

2- As empresas exigem mais do que deveriam

Estamos passando por um momento em que existem muitos profissionais de qualidade desempregados. E pensando em lei de oferta e procura, muitas empresas se veem no direito de exigir muito mais e pagar menos aos profissionais, que acabam aceitando por falta de opção. O problema citado ali sobre Educação e Cultura entra aqui também, só que do outro lado.

E existe outro probleminha: as descrições de vagas – que acredito que vá muito além de simples descrições. Aparentemente também falta conhecimento aos profissionais que buscam por outros especializados na área. Eu mesmo já fui alvo de anúncios de vagas que procuravam perfis totalmente diferentes dos anunciados:

O que há de errado com as descrições de vagas para E-commerce?

Nova edição do estudo

Após não divulgar os resultados da edição 2016 por limitações comerciais, em 2017 retomamos o estudo sobre o perfil do profissional de e-commerce brasileiro. Com inúmeros parceiros, o estudo atual trouxe a evolução de algumas questões importantes para o mercado.

Esta constatação de falta de capacitação é uma delas: o hiato entre conhecimento esperado pelas empresas versus conhecimento percebido nos candidatos diminuiu significativamente em cinco anos. Em 2012, a diferença entre a média de notas de 1 a 5 era de 1,15, em 2017 já é de 0,96. Porém, esta queda na diferença se deve principalmente a um nível de conhecimento esperado menor.

Outros aspectos são interessantes para análise. Como conhecimento em atividades mais importantes, na ordem:

Marketing Digital
Atendimento ao cliente
Ferramentas de analytics
Mídia online
Controle de estoques

E um último destaque antes do seu download do material completo ali embaixo. As habilidades mais valorizadas para os profissionais:

Agilidade
Organização e planejamento
Foco em resultados

Pesquisa Profissional de E-commerce 2017

Sem mais blá-blá-blá, vale conferir o resultado da sexta edição da Pesquisa Profissional de E-commerce. São estas informações citadas acima completas e outras igualmente relevantes, como necessidades de contratação e demissões (com motivos), perfil demográfico e muito mais.

Basta clicar na imagem abaixo para acessar o PDF com o material completo. Espero que seja útil e de extrema relevância para o mercado.

Pesquisa Profissional de E-commerce 2017 - Download Pesquisa Profissional de E-commerce 2017

Depois passe por aqui para comentar o que achou, ok?

Author

Branding, Content Marketing e Comunicação. Sou Sócio-fundador do Profissional de E-commerce. Desde nov/2020 lidero o time de Marketing e Comunicação do Golden Square Shopping, da Ancar Ivanhoe. De jun/2019 a set/2020 atuei como Gerente de Marketing e Comunicação na Nox Bitcoin. Destaque para o projeto de conteúdo Investificar. De jan/2018 a jan/2019, liderei os times de Branding (Content Marketing, PR, Social Media e Branding), Product Marketing, área de cursos da Foxbit, fintech de criptomoedas e o projeto e primeiro ano de atuação do Cointimes. Entre ago/2016 e set/2017 atuei como head da área de Marketing da Ebit, empresa Buscapé Company, hoje Nielsen (onde participei do projeto do Webshoppers 39, em mar/2019), referência em informações, certificação de lojas e inteligência de e-commerce. Entre 2012 e 2016, participei ativamente da estruturação da startup Universidade Buscapé Company, entrei na coordenação de treinamentos de E-commerce e Marketing Digital. Lá assumi também a coordenação de Marketing Digital e Conteúdo da Uni Buscapé e do Profissional de E-commerce. Desde 2013, ministro aulas de Marketing de Conteúdo para E-commerce na Faculdade Impacta e em algumas empresas de internet no formato workshop. Você pode encontrar mais informações em meu perfil do LinkedIn ou marcando um café! ;)

2 Comments

  1. Boa tarde, Renann. Está difícil encontrar um profissional com experiência em criação de loja virtual. Quando entro em contato com anunciantes de OLX e Mercado Livre, eles nunca têm lojas virtuais para me mostrar. Me enviam links de sites institucionais e blogs, alguns até bem feitos, outros porcamente executados com imagens em baixíssima resolução, várias mensagens de erro, enfim trabalhos subamadores.
    Trabalho com serviços gráficos personalizados, tanto para festas quanto para uso geral. Faço etiquetas para diversos usos, tags, cartazes, revistas, apostilas (impressão e encadernação), plastificação, cartazes… Estou agilizando minha formalização para MEI no início de 2018. Atualmente dependo do Mercado Livre para anunciar e vender meus produtos, mas quero deixar de ser dependente do site. Mas não quero uma loja feita de qualquer jeito: tenho requisitos de funcionalidades para facilitar minha comunicação com o cliente e evitar erros ou mal-entendidos sobre o pedido.
    Tenho pesquisado sobre as plataformas mais usadas para montagem de lojas virtuais. Muita gente elogia plataformas SaaS como Loja Integrada, Nuvem Shop, Iluria, Shopitos e similares, em lugar de Open Source. Não me agrada a proposta de e-commerce SaaS, pois cobram caro conforme aumentam número de visitantes ou de produtos cadastrados. Eu já tenho hospedagem e domínio pagos, não quero limite de visitas mensais nem mensalidades que aumentem conforme mais produtos sejam cadastrados. Quero independência, não vou construir minha loja em terreno alugado. A imensa maioria delas não permite migrar a loja para outro lugar, caso eu fique insatisfeito com o serviço ou queira alguma personalização que não seja oferecida. Tudo o que cadastrei ficará preso àquele ambiente.
    Algumas plataformas Open Source que já foram muito populares, hoje em dia são consideradas obsoletas. Outras que surgiram mais recentemente têm ganhado popularidade. É o caso de OpenCart e WooCommerce, sendo que há quem prefira PrestaShop e o poderoso Magento. Eu já li muito sobre estas 4 e decidi que Magento não é o caso para mim. Sim, é poderoso e versátil, porém ao mesmo tempo é pesado e complexo, exigindo pessoal muito capacitado e caro para mexer no sistema, fazer atualizações. Procuro um sistema mais simples que possa ser modificado sem custos altíssimos. Usar Magento para fazer uma loja que dificilmente vai vender mais do que R$ 5.000 mensais e com alto custo de manutenção seria o mesmo que comprar um carro importado caríssimo e só ter dinheiro para colocar combustível. Na hora que precisar de mecânico, o carro vai ficar parado.
    Daí, restam 3 opções: WooCommerce, OpenCart e PrestaShop. O primeiro é o plugin da plataforma CMS mais difundida no mundo e tida como a melhor, porém não foi criado especificamente para as exigências de lojas virtuais. Em outras palavras, é uma adaptação como instalar GNV num carro montado para funcionar a gasolina: funciona, mas não tem a mesma performance do carro original, que foi projetado para funcionar com combustível líquido. OpenCart tem uma base de usuários que está crescendo em todo o mundo e PrestaShop também é muito bom, mas tido como mais complexo do que OpenCart. Por serem sistemas modulares, para desenvolver uma função nova basta criar um plugin e pronto.
    Como não tenho experiência real com nenhum destes, fico na incerteza de qual escolher na hora de contratar um profissional. Especialmente porque raramente alguém domina todos, geralmente escolhem uma plataforma para aprender, no máximo duas. Além disso, tenho encontrado uma variação de preços absurda. O que pode me sugerir?

  2. Pingback: Qual o perfil dos profissionais do ecommerce automotivo?

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